20 novembro 2006

CRUZEIRO.


CRUZEIRO

Segue o curso garboso maestro,
Rasgando as águas, cortando as ondas,
Com o teu casco a melodia ecoa,
Ao som das harpas, das virgens sereias,

O céu e mar no infinito vazio,
Confundem ao longe toda visão,
Raios do sol nas águas refletem,
É o prisma da vida; quanta emoção,

A meia luz ao som deste tango,
Eu sigo teu vulto com meu olhar,
Tua silhueta na pista encanta,
Com suaves passos a desfilar,

Como chama em brasa, é o que sinto,
Propagado por este corpo sedutor,
Que no meio do salão bailava,
Exalando teu perfume; que amor,

Nossos olhos cruzaram; incautos,
Grande emoção no momento senti,
Meu coração enamorado estava,
Pensei que por dentro tudo ia partir,

Este cruzeiro, tão desejado,
Eu não sonhava com tanta emoção,
Sinto como um jovem encabulado,
Diante de tamanha sedução,

Vontade de procurá-la, detive,
De repente de mim aproximou,
Meiga, cândida e muito faceira,
Para o meio do salão me levou,

A noite toda com ela dancei,
Trocamos beijos e juras de amor,
Mas, no ultimo tango eu logo notei,
Era só aventura, tudo acabou.

Autor: Poeta Mineiro
28/08/06